Chefe de política externa da UE acusa Netanyahu de usar alegações de antissemitismo contra o TPI para fins políticos.
A União Europeia tem como missão chegar a um acordo em princípios, nesta segunda-feira (27), para dar continuidade a uma missão da UE na fronteira em Rafah, uma cidade no sul da Faixa de Gaza, próxima do Egito, conforme afirmou o chefe de política externa do bloco, Josep Borrell. Durante uma reunião mensal de ministros de Relações Exteriores do bloco, Borrell também fez acusações ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por utilizar falsas alegações de antissemitismo contra o Tribunal Penal Internacional (TPI) para seus próprios interesses políticos.
O bloco está avaliando a possibilidade de reativar a sua Missão de Assistência Fronteiriça da UE para o Posto de Passagem de Rafah (EUBAM Rafah), que não está em operação desde 2007, quando o grupo militante islâmico palestino Hamas assumiu o controle total de Gaza. A passagem de Rafah é o principal ponto de entrada para a ajuda do Egito e permanece fechada desde que as forças israelenses tomaram controle do lado de Gaza, há quase três semanas. A missão da UE visa contribuir para a estabilidade e segurança da região, sendo fundamental para a operação de ajuda humanitária na área.
Discussão sobre a Missão de Assistência Fronteiriça da UE em Rafah
A operação de assistência humanitária em Gaza está em destaque após o ataque israelense que resultou na morte de 35 pessoas em Rafah. Israel anunciou a entrada de 360 caminhões de ajuda humanitária em Gaza, enquanto o Gabinete de guerra israelense planeja discutir um acordo relacionado a reféns.
A missão civil proposta requer a aprovação unânime dos 27 Estados-membros da UE. A implementação técnica depende da aprovação de Israel, Egito e palestinos. O Chefe de política externa da UE, Josep Borrell, destacou a importância da aprovação para a operação em princípios.
A operação em Rafah exige uma abordagem cuidadosa, considerando a natureza potencialmente perigosa da missão. O ministro das Relações Exteriores da Áustria, Alexander Schallenberg, enfatizou a necessidade de tempo para tomar uma decisão sobre a missão de assistência.
Diplomatas indicaram que a instalação da missão pode ocorrer após o fim das hostilidades em Rafah. Autoridades israelenses mencionaram a falta de um plano consolidado para Gaza, mas destacaram a proposta de uma força multinacional para a gestão pós-conflito.
A possível missão da UE em Rafah poderia se alinhar com os planos futuros para Gaza. Enquanto isso, desafios legais surgiram com decisões de tribunais internacionais em Haia, envolvendo Israel e o Hamas. A Corte Internacional de Justiça ordenou a suspensão da ofensiva israelense em Rafah, levando a tensões adicionais.
O Chefe de política externa da UE, Josep Borrell, criticou as ações de Israel em Rafah, acusando o país de avançar militarmente apesar das decisões legais. Netanyahu foi alvo de críticas por sua postura em relação às decisões dos tribunais internacionais, com Borrell rejeitando acusações de antissemitismo como intimidação.
A missão de assistência fronteiriça da UE em Rafah permanece em discussão, com questões legais e políticas em destaque. A aprovação unânime e a implementação técnica são pontos-chave a serem considerados para o sucesso da operação.
Fonte: @ CNN Brasil
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