Novo estudo aponta aumento no consumo de água e combustíveis fósseis devido à crescente demanda por diálise, podendo chegar a 25% do orçamento de saúde em 2032.
No Brasil, a previsão é que a doença renal crônica gere uma pegada de carbono significativa devido à terapia de substituição renal, como a diálise. Estudos indicam que até 2032, a emissão de carbono resultante desse tratamento pode atingir cerca de 2,5 bilhões de quilogramas, equivalente às emissões de 1,5 milhão de carros. Esses dados foram apresentados no recente estudo do IMPACT CKD, que recebeu suporte da AstraZeneca.
A insuficiência renal crônica e a nefropatia são condições graves que demandam tratamentos como a diálise, impactando diretamente na emissão de carbono. O estudo do IMPACT CKD alerta para a necessidade de medidas mais sustentáveis no manejo da doença renal crônica para reduzir sua pegada ambiental. A conscientização sobre esse impacto é fundamental para o desenvolvimento de práticas mais eco-friendly na abordagem da doença renal crônica.
Estudo aponta impacto da doença renal crônica em consumo de recursos
Para o mesmo ano, estima-se que o tratamento da doença renal crônica resulte em um consumo de água acima de 60,7 milhões de metros cúbicos, equivalente ao utilizado por 370.000 residências. O uso de combustíveis fósseis ligado à logística de cuidados aos pacientes pode atingir 850 milhões de quilogramas, suficiente para iluminar 11,3 milhões de lâmpadas.
A preocupante demanda por diálise e seus impactos
A terapia de substituição renal, essencial em estágios avançados da doença renal crônica, consome consideráveis recursos naturais, como água e eletricidade. Prevê-se que até 2032, a demanda por diálise aumente em mais de 75% nos oito países estudados, tornando a doença uma questão global com impactos econômicos e ambientais significativos.
O avanço contínuo da doença renal crônica
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a doença renal crônica está se tornando uma das principais causas de morte, projetando-se como a quinta até 2040. O IMPACT CKD, apresentado no Congresso Mundial de Nefrologia, destaca o aumento esperado do número de afetados nos próximos anos, devido ao envelhecimento da população e a prevalência de fatores de risco como hipertensão, diabetes e obesidade.
Em relação à projeção de consumo de recursos nos oito países analisados para o mesmo ano, estima-se um uso de aproximadamente 440 milhões de metros cúbicos de água doce, o que equivale ao abastecimento anual de cerca de 2,7 milhões de residências. Da mesma forma, o consumo de combustíveis fósseis é calculado em cerca de 11 bilhões de quilogramas de óleo, suficiente para alimentar aproximadamente 149,7 milhões de lâmpadas por ano e emitir dióxido de carbono equivalente a 17,3 milhões de carros.
Impactos econômicos e pressão nos sistemas de saúde
O estudo revela que em 2032, a parcela do orçamento de saúde direcionada ao tratamento da doença renal pode atingir uma média de 7,3%, podendo chegar a 25,7% em certos países. Isso impõe uma pressão considerável aos sistemas de saúde globais. Além disso, prevê-se um crescimento de 12,2% na prevalência da doença no Brasil, contribuindo para um aumento de 170% no número de pacientes em diálise, refletindo um cenário desafiador para os recursos e sistemas de saúde.
Fonte: @ Veja Abril
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