Michael Roberts afirma que a inteligência artificial e o fator humano são poderosos aliados na gestão de investimentos.
O progresso da IA tem gerado debates sobre o destino dos empregos, em várias áreas, incluindo a de administração de investimentos.
Além disso, a inteligência artificial está revolucionando a forma como as empresas interagem com os clientes, proporcionando experiências mais personalizadas e eficientes.
IA: A Evolução da Inteligência Artificial na Gestão de Investimentos
Com a chegada de ferramentas poderosas de análise de dados, capazes de interpretar e oferecer respostas a dúvidas de usuários, a profissão de assessor foi colocada na berlinda, diante da possibilidade das pessoas delegarem as decisões de investimentos para as máquinas. Esse risco, porém, não parece real, segundo Michael Roberts, professor de finanças da Wharton School, mais antiga e uma das mais renomadas escolas de negócios do mundo, da Universidade da Pensilvânia. ‘O que vejo é o aumento da simbiose entre assessores e IA, e não sei se os assessores serão completamente substituídos’, diz ele em entrevista ao NeoFeed.
Com 28 anos de experiência na academia, sendo três deles dedicados a estudar o impacto da IA no segmento, com destaque para a educação financeira, ele entende que a tecnologia vem apresentando forte evolução, mas ainda não tem capacidade suficiente para ser uma fonte de recomendação de investimentos. Um dos palestrantes do 56º Fórum Global da Wharton, evento anual que reúne diversos executivos e professores, que pela primeira vez será realizado no Brasil, nos dias 7 e 8 de junho, Roberts avalia que o fator humano deve continuar tendo peso na hora de uma decisão de investimentos, mesmo com o avanço das ferramentas de IA.
‘Não sei se a IA chegará num lugar em que possa lidar com o aspecto psicológico, algo importante para as finanças’, diz o estudioso. Acompanhe, a seguir, os principais trechos da entrevista: A IA poderá automatizar as decisões de investimentos pelo lado dos clientes e dos assessores financeiros? No momento em que estamos, a resposta é um inequívoco não. Eu não delegaria nada relevante a um chatbox e não vejo assessores de investimentos em grande perigo neste momento. Mas mudanças significativas estão por vir, o que nos faz perguntar o tamanho dessas mudanças e quando elas virão.
Em que estágio está a IA para a gestão de investimentos? Ela já é capaz de oferecer insights e sugestões de decisão para investimentos? Neste momento, temos ferramentas em que podemos discutir coisas, mas não podemos nos apoiar para tomadas de decisões. A IA tem um grande conhecimento de finanças. Se você fizer testes comuns sobre conhecimentos financeiros, essas ferramentas vão muito bem. O problema é que nossas decisões financeiras não podem ser resumidas a esses testes.
Existe um hiato entre a capacidade dessas ferramentas de responderem perguntas financeiras simples e a habilidade de ajudarem a tomar decisões significativas nas nossas vidas. ‘Não vejo a IA como um substituto de pessoas, mas uma ferramenta muito poderosa para acelerar nossos processos de decisões’.
IA: Desafios e Oportunidades na Adoção da Inteligência Artificial na Gestão de Investimentos
Quais são os principais desafios para a adoção da IA, neste momento, no caso de decisões de gestão de investimentos? São os dados e os modelos das ferramentas. Ainda é preciso mais dados e dados confiáveis. E vemos os modelos melhorando de forma exponencial. Mas as pessoas confiarão em delegar suas decisões financeiras para um chatbox, neste momento, de forma completa? A chave para o sucesso da IA na gestão de investimentos está na simbiose entre a tecnologia e os profissionais do mercado financeiro. A IA pode ser uma aliada poderosa, mas a decisão final ainda deve estar nas mãos humanas.
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo