Tratamento focado no trauma ajuda jovens a lidar com sinais de separação, como ver ex-parceiros, melhorando áreas associadas ao funcionamento cognitivo emocional.
Nota do Editor: Alberta SJ van der Watt é pesquisadora da Universidade Stellenbosch. Sua área de interesse é em sintomas de rompimentos amorosos e relacionamentos interpessoais, mas conduziu, também, pesquisas sobre transtornos de humor e ansiedade. O que devo estudar? Que carreira seguir? Como pagarei por meus estudos? Com quem quero passar o resto de minha vida?
Em meio a separações amorosas e desfechos amorosos, muitas questões surgem sobre o futuro. É importante lembrar que, mesmo em momentos de términos amorosos, novas oportunidades podem surgir. A vida é cheia de reviravoltas e, por mais difícil que seja lidar com rompimentos amorosos, é possível encontrar felicidade em novos caminhos.
Rompimentos amorosos: um desafio na vida dos jovens adultos
Questões relacionadas a rompimentos amorosos são comuns entre os jovens adultos, especialmente durante a transição para a idade adulta, entre 18 e 25 anos. Neste estágio crítico do desenvolvimento da identidade, os jovens enfrentam mudanças frequentes e estão em constante exploração de novas experiências. É importante ressaltar que nesse período, seus cérebros ainda estão em desenvolvimento, principalmente nas áreas associadas ao funcionamento cognitivo e emocional.
O funcionamento cognitivo e emocional superior desempenha um papel fundamental no planejamento, monitoramento e execução de metas com sucesso. No entanto, mesmo com essa capacidade, os jovens adultos podem se deparar com desfechos amorosos difíceis, como separações e términos amorosos, que podem impactar significativamente seu bem-estar emocional.
Após um rompimento amoroso, é comum observar sintomas como pior desempenho acadêmico, pensamentos intrusivos sobre o ex-parceiro e um intenso processo de luto. Em casos mais graves, algumas pessoas podem até mesmo ter pensamentos suicidas. No entanto, muitas vezes, esses rompimentos são minimizados como parte natural do amadurecimento, sem considerar o impacto emocional que podem causar.
Como pesquisadora de saúde mental, tenho explorado a relação entre rompimentos amorosos e eventos potencialmente traumáticos, especialmente entre jovens adultos. Em nossa pesquisa, investigamos se as experiências desses indivíduos poderiam se enquadrar nos critérios de estresse pós-traumático estabelecidos pelo DSM-5.
Ao analisar os dados autorrelatados de nossos participantes, identificamos dois grupos distintos: o grupo de separação, composto por aqueles que relataram sintomas de estresse pós-traumático após uma separação amorosa, e o grupo de trauma, formado por aqueles que vivenciaram eventos traumáticos conforme definido pelo DSM-5.
A partir dessas análises, pudemos observar que as separações amorosas podem, de fato, ser consideradas eventos potencialmente traumáticos, conforme os critérios estabelecidos no DSM-5. Essa compreensão mais aprofundada pode auxiliar os profissionais de saúde mental a oferecer o suporte adequado aos jovens adultos que passam por rompimentos amorosos, garantindo que recebam o tratamento necessário para lidar com as consequências emocionais dessas experiências.
Fonte: © CNN Brasil
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