Diretrizes integral para cuidar de pessoas com Alzheimer e demência, aguardam aprovação presidential. Política, nacional. Comissão interministerial. Estatuto da Sociedade Civil. Especialistas, inovação em tecnologia. Avaliação e prevenção de novos casos.
Nesta quarta-feira, 8, o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei (PL) 4.364/2020, que estabelece uma política nacional com diretrizes voltadas ao cuidado de pessoas com Demência e outras demências. O PL, que agora aguarda sanção presidencial, tem como objetivo criar uma comissão interministerial, integrada por líderes da sociedade civil e especialistas da saúde, assistência social, direitos humanos, inovação e tecnologia, para desenvolver um Estatuto que garanta o cuidado e a atenção integral para pessoas com Demência e seus familiares. Alzheimer é o tipo mais prevalente de Demência, representando de 50% a 70% dos casos.
Conforme descrito no texto, o projeto define Demência como uma condição crônica ou progressiva que causa declínio na função cognitiva ou na capacidade de processamento do pensamento, para além do que é esperado no envelhecimento normal. Esse cuidado especializado é fundamental para garantir qualidade de vida e suporte adequado para aqueles que enfrentam os desafios decorrentes do Declínio na função cognitiva. A atenção integral proposta pelo projeto visa oferecer suporte não apenas aos pacientes, mas também às famílias que lidam diariamente com os impactos da Demência em suas vidas.
Demência: uma preocupação crônica e progressiva
A demência é uma condição crônica e progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, com o Alzheimer sendo o tipo mais prevalente, representando de 50% a 70% dos casos. Além do Alzheimer, existem outros tipos de demência, como a vascular, frontotemporal e de corpos de Lewy.
A avaliação da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) destaca a importância do Projeto de Lei, inicialmente proposto pelo Senador Paulo Paim, como uma resposta ao envelhecimento da população brasileira e às projeções relacionadas à demência. Estima-se que os casos da doença aumentem significativamente, passando de 57,4 milhões em 2019 para 152,8 milhões até 2050, de acordo com um estudo publicado na revista The Lancet Public Health.
A presidente da ABRAz, Celene Pinheiro, enfatiza que a lei não apenas visa melhorar o diagnóstico e o tratamento da demência, mas também fortalecer o suporte aos cuidadores não profissionais, que desempenham um papel vital no contexto de saúde atual.
Política nacional e diretrizes para o cuidado integral
Caso o projeto seja sancionado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a próxima etapa envolverá a implementação prática das diretrizes propostas. Isso inclui a construção e acompanhamento de maneira participativa e plural, o apoio e capacitação da Atenção Primária à Saúde, o uso de medicina baseada em evidências e a visão de integralidade e interdisciplinaridade.
Além disso, a articulação de serviços e programas existentes, o seguimento de orientações de entidades internacionais, como as do Plano de Ação Global de Saúde Pública da Organização Mundial da Saúde em Resposta à Demência, a definição de metas e prazos, juntamente com um sistema de divulgação e avaliação, são aspectos essenciais para a prevenção de novos casos de demência.
A utilização de tecnologia em todos os níveis de ação e a descentralização dos serviços também são pontos-chave para garantir um cuidado integral e eficaz para as pessoas afetadas pela demência.
Sociedade civil e especialistas: inovação e tecnologia na avaliação e prevenção
A expectativa da ABRAz é que o Brasil estabeleça um Plano Nacional de Demências até 2025, marcando uma nova fase no cuidado e na dignidade das pessoas com essa condição. A demência é um problema crescente no Brasil e no mundo, afetando cerca de 1,76 milhão de idosos no país, sendo que a maioria desconhece sua condição.
O subdiagnóstico da demência preocupa os especialistas, pois impede que os pacientes recebam a assistência necessária para desacelerar a progressão da doença e melhorar sua qualidade de vida. Além disso, a falta de diagnóstico deixa os familiares sem preparo para lidar com a evolução da condição.
Um estudo recente, publicado por pesquisadores brasileiros no periódico The Journals of Gerontology, revelou que a prevalência da demência é de 5,8% entre os idosos brasileiros. No entanto, apenas 20% desses pacientes têm um diagnóstico prévio, evidenciando um alto índice de pacientes sem conhecimento de sua condição.
A importância de políticas públicas eficazes, baseadas em diretrizes claras e abrangentes, é fundamental para enfrentar o desafio crescente da demência e garantir um cuidado adequado e digno para aqueles que vivem com essa condição. A colaboração entre a sociedade civil, especialistas, inovação tecnológica e ações de prevenção de novos casos são essenciais para enfrentar esse problema de saúde pública de forma eficaz.
Fonte: @ Estadão
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