Fiocruz: Mais casos Oropouche transmitidos por mosquitos em estados endêmicos favorecem o aumento. Ano registra aumento preocupante.
Até o momento, foram reportados aproximadamente 3,5 mil diagnósticos da febre Oropouche no Brasil em 2024. Somente nos primeiros 100 dias do ano, o Amazonas, local em que a enfermidade é comum, apresentou uma quantidade cinco vezes superior de casos da arbovirose em comparação a todo o ano de 2023. A crescente disseminação da febre preocupa autoridades e profissionais da saúde, ressaltando a importância da prevenção e do acompanhamento rigoroso dos sintomas.
Os especialistas afirmam que os registros desta febre Oropouche podem ser ainda mais significativos em diversas regiões do país, incluindo locais sem histórico de notificações. A propagação acelerada dessa arbovirose torna fundamental a conscientização da população sobre medidas de controle de vetores e cuidados médicos adequados. É essencial o engajamento de todos para conter a disseminação da doença e proteger a saúde pública.
Cuiabá, Salvador e Rio de Janeiro enfrentam aumento de casos de febre Oropouche
Os primeiros casos de febre Oropouche foram identificados em Cuiabá (MT), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ), levantando preocupações entre os órgãos de saúde. Embora a vigilância epidemiológica dos estados tenha indicado que os casos são importados da região norte, há receio de que a transmissão comunitária esteja em curso. A semelhança dos sintomas com a dengue pode dificultar os diagnósticos, alertam especialistas na área.
Em meio a esse cenário preocupante, as mudanças climáticas têm sido apontadas como uma das principais causas do aumento de casos. O pesquisador Felipe Gomes Naveca, do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), destaca que o aumento de temperaturas e chuvas intensas favorece a disseminação dos mosquitos transmissores da febre Oropouche, contribuindo para a propagação da doença.
A arbovirose: um desafio para a saúde pública em diversas regiões do Brasil
A febre Oropouche é classificada como uma arbovirose, sendo transmitida aos humanos principalmente pelo maruim (Culicoides sonorensis) e, em menor frequência, pelo pernilongo (Culex quinquefasciatus). Os sintomas, como febre, mal-estar, fadiga, dores musculares e desconfortos intestinais, assemelham-se aos da dengue, o que pode complicar o diagnóstico clínico sem a realização de testes laboratoriais específicos.
Leonardo Weissmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), ressalta a importância dos testes para evitar subnotificações. Em uma descoberta recente de Naveca, constatou-se que, de 300 pessoas diagnosticadas com dengue, 47% na verdade tinham febre Oropouche. Estados considerados endêmicos, como Acre, Amazonas e Rondônia, registraram explosões de casos, evidenciando a necessidade de um maior controle da doença.
A urgência no combate à febre Oropouche e suas complicações potenciais
Apesar de não haver registros de óbitos relacionados à febre Oropouche, especialistas alertam para a possibilidade de complicações graves, como meningites e inflamações nas meninges. O incremento nos testes e na vigilância da doença tem impactado na identificação mais precisa dos casos, porém, ainda há casos subnotificados.
Com a distribuição de testes de febre Oropouche para todos os estados brasileiros, há expectativa de uma avaliação mais acurada da realidade dos infectados e uma resposta mais eficaz no controle da propagação da doença. É fundamental a continuidade dos esforços para monitorar e combater a febre Oropouche, visando a prevenção de complicações e a proteção da saúde pública.
Fonte: @ Metropoles
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