Tempo médio de foco caiu de 2,5 min para 47 seg em 2021, cada vez menos, pessoas olham tela, professora universitária informática.
Diariamente, é frequente receber várias notificações de diferentes apps no smartphone. Muitos indivíduos passam horas rolando o feed das redes sociais, porém não conseguem manter a capacidade de atenção em um filme ou outro conteúdo extenso.
Manter o foco em uma tarefa específica pode ser um desafio em meio a tantas distrações. A concentração é essencial para realizar atividades com eficiência e produtividade.
Impacto da Tecnologia na Capacidade de Atenção
Esse cenário, associado a um mundo cada vez mais conectado, tem se tornado cada vez mais uma realidade. O tempo médio de foco para indivíduos olhando para uma única tela caiu de 2,5 minutos em 2004 para uma média de 47 segundos em 2021, de acordo com Gloria Mark, professora de informática na Universidade da Califórnia, Irvine, e autora de ‘Attention Span: A Groundbreaking Way to Restore Balance, Happiness and Productivity’ (‘Capacidade de atenção: uma maneira inovadora de restaurar o equilíbrio, a felicidade e a produtividade’, em tradução livre do inglês). Como pensar como um atleta olímpico e ter um cérebro de campeão? Usar ChatGPT para calcular ciclos do sono funciona? Como proteger o cérebro do declínio cognitivo no envelhecimento? Essa queda em nossa capacidade de prestar atenção pode ser um problema. Mark afirma que, em pesquisas anteriores apresentadas na Conferência SIGCHI de 2008 sobre Fatores Humanos em Sistemas de Computação, ela encontrou uma forte correlação entre maior estresse e a frequência de mudança de atenção. Embora a diminuição da capacidade de atenção não seja resultado de uma falha pessoal (apesar da variabilidade individual), na maioria das vezes, especialistas dizem que há mudanças que você pode fazer para recuperar o controle sobre sua mente. Por que a atenção está diminuindo? O mercado precificou nossa atenção ao competir em uma ‘economia da atenção’ que está influenciando a internet, as redes sociais e nossos estilos de vida, segundo D.Graham Burnett, fundador e diretor de uma organização sem fins lucrativos dedicada ao ativismo pela atenção, o Institute for Sustained Attention, e cocriador da Strother School of Radical Attention, no Brooklyn, Nova York, que chama isso de ‘commodificação da nossa atenção’. ‘Nossa atenção está sendo monetizada como nunca antes,’ diz Burnett, que também é o professor Henry Charles Lea de História na Universidade de Princeton, em Nova Jersey. ‘Estamos vivendo uma espécie de corrida do ouro, um programa gigantesco, tecnologicamente intensivo e fortemente capitalizado, de exploração financeira de nossas capacidades atencionais mais íntimas e fundamentais.’ Descrevendo o processo como uma espécie de fraturamento humano, Burnett diz que essa competição por nossa atenção é tóxica. O bombardeio ‘desestabiliza, polui e contamina as estruturas reais de nosso ser e de nossos relacionamentos,’ afirmou. Rastreando ‘curtidas’ nas plataformas De forma semelhante, Mark observou a crescente sofisticação dos algoritmos que rastreiam comportamentos e interesses individuais para curar feeds e anúncios que seguem todos através das plataformas. ‘As empresas de tecnologia e as empresas de marketing de anúncios usam essas informações para construir perfis sobre nós, e então projetam algoritmos que são direcionados para capturar nossa atenção,’ afirma Mark. Este é o fenômeno do capitalismo de vigilância, cunhado por Shoshana Zuboff, professora emérita da Harvard Business School, em Boston, como a coleta de seus
Fonte: © CNN Brasil
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